Mulher envolvida no homicídio da própria filha de 2 anos é presa em São Pedro da Aldeia
Vítima morreu em dezembro de 2019 após dar entrada na UPA com parada cardiorrespiratória
Policiais civis da Delegacia de Polícia de São Pedro da Aldeia (125ª DP) prenderam, nesta quarta-feira (28), uma mulher envolvida no homicídio da própria filha de 2 anos de idade. A vítima morreu em dezembro de 2019 após dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Pedro com parada cardiorrespiratória.
De acordo com as investigações levantadas pela polícia, a criança morreu após ser espancada pelo padrasto, e a mãe da vítima sabia das agressões que o companheiro realizava, mas nunca impediu. A mãe da criança foi capturada em casa e o seu companheiro ainda é considerado foragido.
O casal passou a conviver em união estável em julho de 2019. No imóvel em que moravam, também residiam as três filhas da acusada. A vítima tinha duas irmãs, uma de 6 e outra de 8 anos de idade. A criança de dois anos não era filha biológica do autor, mas foi registrada por ele assim que começou a convivência com a companheira.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, com frequência, as crianças mais velhas relatavam à avó materna que o autor aplicava castigos físicos nelas, sendo o fato levado ao Conselho Tutelar. A vítima de 2 anos sempre aparecia com marcas pelo corpo. Inclusive, certa vez, apresentou uma marca de mordida na bochecha. Quando questionada, a mãe dizia que a criança se feria brincando. A mulher também chegou a ser agredida pelo companheiro, alcoolizado, que foi investigado por violência doméstica. Na ocasião, as agressões contra as crianças não foram levadas ao conhecimento da delegacia.
Em dezembro de 2019, a vítima apresentou vômitos e foi levada à UPA, mas não resistiu. Na ocasião, a criança apresentava hematomas difusos pelo corpo. Submetida à necropsia, constatou-se como causa da morte hemorragia interna, compatível com a hipótese de espancamento. Testemunhas informaram que a vítima chorava constantemente e essa seria a motivação para os espancamentos.
Em depoimento, a mãe da vítima negou que o companheiro dela espancasse a filha, embora tenha admitido que ela, por vezes, aplicava castigos físicos às filhas. A mãe informou que os vômitos da criança começaram dias antes, chegando a levá-la até a UPA, mas só percebeu os hematomas no dia anterior à morte da criança. Naquele dia, não procurou atendimento médico.
Com a evolução do trabalho investigativo, foram coletadas provas suficientes contra o casal, denunciados pelo Ministério Público. Ambos tiveram a prisão preventiva decretada. Os dois serão investigados também pelo crime de registrar como seu o filho de outrem, previsto no artigo 242 do Código Penal.
Mesmo após a morte da criança, o casal continuou a conviver por um período em união estável, separando-se posteriormente.