Crise do coronavírus

Levantamento da Acia de Cabo Frio aponta que faturamento de empresas associadas caiu mais do que pela metade

Presidente da entidade, Patricia Cardinot alerta sobre o quadro crítico vivenciado pelos gestores do município; maioria que participou de pesquisa realizou demissões

19 MAI 2020 • POR Redação • 14h24

Uma pesquisa realizada pela Associação Comercial, Industrial e Turística (Acia) de Cabo Frio reflete o período fortes perdas sentidas pelos empresários por conta da crise do novo coronavírus. Entre os que participaram do levantamento, mais de 90% tiveram queda superior a 50%  no faturamento desde o início da pandemia. Mais da metade realizou demissões. 

As respostas sobre queda de faturamento se dividiram desta forma: mais de 50% (91,3%);  35% a 50% (5,8% dos votos); e de 20% a 35% (2,9% dos votos). Enquanto isso, 56,5% disseram que realizaram demissões, enquanto que 43,5% informaram que não demitiram funcionários. A pesquisa da Acia também aponta que, entre os associados, apenas 14,5% dos negócios estão em funcionamento neste período de quarentena, contra 85,5% que não conseguiram manter as atividades devido ao isolamento social. 

Sobre a flexibilização do funcionamento do comércio, a maioria (75,4%) demonstrou concordância à "abertura parcial, respeitando-se as recomendações de uso de máscara e álcool gel", enquanto que 11,6%  responderam que "concordam em reabrir o comércio imediatamente", encerrando assim o isolamento social. Em seguida, 7,2% optaram pela opção de "estender o período do isolamento social seguindo as orientações dos órgãos de saúde". E 5,8% concordaram em manter "o isolamento social  de maneira integral".  

Foi perguntado aos empresários sobre sobre o horário de funcionamento que consideram mais adequado para uma possível reabertura gradual do comércio: os turnos de 11h às 17h (31,9%) e 12h às 18h (15,9%) foram os mais votados. Outra pergunta foi sobre a frequência que os comerciantes iriam às ruas caso o comércio seja aberto, mediante autorização: "limitadamente, apenas quando necessário" (81,2%); "normalmente, sempre que quiser, sem preocupações com restrições" (15,9%); "não iria à rua" (2,9%).  

A Acia também apurou entre os associados a adesão aos programas de parcelamento de empréstimos oferecidos pelos bancos: as respostas que descartaram a adesão vieram à frente (43,5%), seguidos daqueles que optaram por aderir aos parcelamentos (30,4%); de outro lado, 26,1%  disseram não ter empréstimos. Além disso, 52,2% dos participantes responderam que não aderiram à Medida Provisória 936, que permite a redução de salário e jornada de funcionários através do complemento de remuneração feita pelo governo tendo como base o seguro-desemprego; já 47,8% responderam optaram por aderir ao programa.  

Participaram da pesquisa empresários do ramo de alimentação, moda e acessórios, óculos de praia, mercado imobiliário, vidraçaria, óculos de praia, advocacia, hotelaria, veterinária, consultoria empresarial, entre outros. Para a presidente da Acia, Patricia Cardinot, os resultados apontam um diagnóstico delicado. Ela avalia que, de modo geral, a resistência dos empresários do município está perto de chegar ao fim. 

"Os números são o espelho da agonia dos comerciantes, que já não têm vida fácil na normalidade. Muitos estão sendo heroicos em manter seu quadro de funcionários e o pagamento de fornecedores e outros compromissos. Mas até quando vão conseguir? Essa é uma pergunta que precisamos fazer, pois viveremos uma crise social muito grande caso os empresários não consigam sobreviver a esta verdadeira tempestade", concluiu Patricia Cardinot.