Política

Ministros do STF e presidente da OAB repudiam ataques a jornalistas em Brasília

Agressões acontecem em pleno Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

3 MAI 2020 • POR Redação • 18h48

No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado neste domingo (3), jornalistas foram agredidos  durante manifestação em defesa do presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. Um repórter fotográfico do jornal Estado de São Paulo foi derrubado. Ele foi agredido com chutes e murros. Um motorista do Estadão levou uma rasteira. Além deles, um repórter do portal  Poder360 também foi agredido verbalmente e levou um chute. Os três profissionais foram retirados do local em uma viatura. As agressões aconteciam enquanto os manifestantes gritavam palavras de ordem como "Globo lixo" e "fora Estadão".

Acionada, a PM fez cordão de isolamento para proteger os jornalistas. Ainda assim, as agressões verbais continuaram. 
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz repudiaram as agressões.

– Lamento a informação de ter havido agressão a jornalistas em um dia tão significativo para imprensa como hoje. É inaceitável, inexplicável, que ainda tenhamos cidadãos que não entenderam que o papel do profissional de imprensa é o que garante a cada um de nós poder ser livre. Estamos, portanto, quando falamos da liberdade de expressão e de imprensa, no campo das liberdades, sem a qual não há respeito à dignidade – disse Cármen Lúcia.

Para Alexandre de Moraes, as agressões "não podem ser toleradas pelas instituições e sociedade".

– As agressões contra jornalistas devem ser repudiadas pela covardia do ato e pelo ferimento à Democracia e ao Estado de Direito, não podendo ser toleradas pelas Instituições e pela Sociedade – escreveu o ministro em uma rede social.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, divulgou nota:

– Os limites que existem são os da Constituição, e valem para todos, inclusive e sobretudo para o presidente. A única paciência que chegou ao fim, legitimamente e com razão, é a paciência da sociedade com um governante que negligencia suas obrigações, incita o caos e a desordem, em meio a uma crise sanitária e econômica – diz a nota assinada por Santa Cruz.