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Enterro de jovem que morreu atropelada é marcado por tristeza

Parentes da vítima dizem que vão cobrar das autoridades pena mais duras para atropelador

16 JAN 2015 • POR Texto e Fotos: Rosana Rodrigues • 13h43

Debaixo de emocionante salva de palmas e com a presença de centenas de amigos e família, foi enterrado no fim da manhã desta sexta-feira (16) no Cemitério Santa Izabel, no Centro de Cabo Frio, o corpo da jovem Raquel dos Santos de Oliveira, de 28 anos. Ela foi atropelada e morta na quinta-feira (15) na subida da ponte Feliciano Sodré, no mesmo bairro. Em meio a muita lágrima e sentimento de dor, parentes da recepcionista estavam inconformados com a tragédia. Tio de Raquel, Eliseu Viana, estava revoltado com a decisão da delegada Andressa Mantel, responsável pelas investigações, que indiciou o garçon José Wilquis Madrona no crime de homicídio culposo (sem a intenção de matar). O atropelador só não foi liberado porque não teve como pagar a fiança de R$ 15 mil e de acordo com a delegada, ele seria transferido nesta sexta para uma casa de custódia, no Rio.

- Isso não ficará assim. Vamos cobrar diariamente das autoridades policiais. Não é possível deixar uma pessoa desta solta, pois em qualquer oportunidade fará mais vítimas e ficará impune. Ele estava bêbado e confessou ter consumido uma grande quantidade de álcool numa casa noturna no Canal Boulevard. O próprio exame comprovou o estado dele. Não concordamos com esta decisão.  Hoje é a minha sobrinha, amanhã poderá ser com qualquer um de nós – argumentou Eliseu.

 Inconsolável, a mãe de Raquel Elisete Viana dos Santos teve que ser amparada pelos familiares, pois não se conformava com a morte da filha. A mesma reação teve a irmã da vítima, Sara dos Santos, que teve que ser consolada a todo tempo ao lado do pai. Ela teve uma crise nervosa enquanto o caixão, coberto pela bandeira do Flamengo, era levado para a gaveta do cemitério.

- Eu quero a minha irmã de volta. Traga ela de volta para mim. Ele não quer ir embora – gritava Sara.

Raquel, que morava no Cajueiro, no Peró, estava indo trabalhar em um hotel no Centro da cidade. Ela esperava, ao lado da bicicleta, para atravessar a pista, quando foi atingida pelo carro de José Wilquis, um Peugeot preto, placa LCP 4853 (Iguaba Grande). 
Na porta da 126ª DP, familiares da vítima estavam revoltados e queriam linchar o motorista, que estava prestando depoimento naquele momento. No local do atropelamento, parentes de Raquel também bloquearam as pistas e o trânsito ficou completamente parado. A Polícia Militar e os Bombeiros estiveram no local. 
De acordo com a delegada Andressa de Oliveira Mantel, responsável pelo inquérito policial, ficou constatado que o atropelador estava dirigindo embriagado. José Wilquis estava acompanhado de outras quatro pessoas. Depois de ouvir o acusado e seus amigos, a delegada chegou à conclusão de que José Wilquis não teve a intenção de matar a recepcionista e que por isso iria autuá-lo por homicídio culposo.
– O crime que ele cometeu é grave. Mas não posso dar um parecer baseado no clamor público. Tenho que me basear na lei – explicou a delegada Andressa de Oliveira. 
José Wilquis será transferido para um presídio no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (16). O garçom mora em Búzios e, segundo a delegada, não tem antecedentes criminais.  Raquel deixa uma filha de 9 anos.