Empresários articulam fabricação de máscaras por polo de moda praia em Cabo Frio
Grupo pede apoio do poder público para material, inspeção sanitária e distribuição
Empresários cabofrienses trabalham numa iniciativa para movimentar a economia de Cabo Frio em tempos de epidemia de coronavírus e, ao mesmo tempo, aumentar a oferta de equipamentos de proteção. A ideia é que o segmento de moda praia absorva a demanda pela fabricação de máscaras e macacão de TNT, cuja demanda aumentou bastante nos últimos tempos.
O empresário do ramo de esportes Davi Souza disse que já conversou com outros dois donos de confecção, que estão interessados em levar a ideia adiante após as férias coletivas na Rua dos Biquínis, polo de moda praia da Gamboa, nas próximas semanas. A produção dos equipamentos de proteção individual (EPIs) seria caseira, pela impossibilidade de haver aglomerações nos ateliês.
– Existe uma característica da nossa turma da praia, que é a produção terceirizada, que é basicamente domiciliar. São costureiras que têm máquina em casa e produzem por encomenda para as marcas que vendem biquíni – explica.
No entanto, Davi complementa que é necessário o apoio do poder público para que a confecção das máscaras saia do papel.
– É preciso ter a garantia do fornecimento do material para a produção em larga escala; a inspeção sanitária, porque seriam máscaras cirúrgicas; e a logística para abastecer o mercado interno e o setor de Saúde, em nível regional, estadual e nacional – observa ele, que falou do assunto em sua coluna para a Folha dos Lagos.
O presidente da Associação dos Comerciantes da Rua dos Biquínis (Acirb), Armando Braga, afirmou que foi procurado uma vez para tratar do assunto, mas não houve avanço.
– Tive uma abordagem de um senhor do Sebrae, tempos atrás, e naquela altura, disse que estávamos em férias coletivas, como estamos até o dia 20 deste mês. Não sei como isso está. Estamos cumprindo religiosamente as diretrizes do nosso prefeito e vou continuar até que haja autorização para trabalhar – comentou Braga, que prosseguiu.
– Está complicada [a situação], como está para todo o comércio em geral. O verão não foi bom e tivemos que parar por causa do coronavírus. Por isso, eu e a maior parte das empresas demos férias coletivas. Estamos à espera no que isso vai dar. É uma situação que nunca vivenciamos – concluiu.