MORTE EM TRÊS DIAS

Paramédica cabofriense que atuava nos Estados Unidos morre de coronavírus

Liana Sá tinha 55 anos e transportava pacientes infectados pela Covid-19 de ambulância

6 ABR 2020 • POR Redação • 17h23
Liana morava nos Estados Unidos há dez anos - Arquivo Pessoal

A paramédica cabofriense Liana Sá, de 55 anos, morreu vítima do novo coronavírus, neste domingo (5), em Nova Jérsei, nos Estados Unidos, onde atuava no transporte de pacientes infectados pela doença. Liana morava há dez anos no país da América do Norte. Ela vivia na cidade de Newark. No perfil da médica no Facebook, vários amigos publicaram mensagens de pesar nesta segunda-feira (6).

Em entrevista à TV Globo, o ex-marido de Liana, Claudison Rodrigues, disse que a evolução da doença foi rápida.

– No último plantão dela, ela se sentiu mal, foi para casa e em três dias morreu. Ela estava totalmente exposta – comentou.

Liana havia trocado o plantão para trabalhar mais tempo

O médico Cláudio Agualusa, que foi amigo de infância de Liana em Cabo Frio, confirmou para a Folha que soube por meio de pessoas em comum que a paramédica havia modificado o esquema de trabalho para atuar de forma mais intensa no tratamento de pacientes com Covid-19. Até as 17h desta segunda, os Estados Unidos estão em primeiro lugar no mundo em número de casos confirmados, com 351.890, e o terceiro em mortes, com 10.377.

– Ela era uma pessoa muito dedicada, muito visceral. Segundo informação que eu tive de amigos em comum, o ex-marido disse que ela mudou a escala para estar na linha de frente todos os dias, que falou que não poderia se ausentar, que é um sentimento nosso de profissional de saúde. Na verdade, acho que você até anseia para uma guerra dessa para estar lá como profissional e dizer que escolheu salvar vidas – pondera Agualusa.

No Brasil, Liana Sá atuou por um tempo pela ONG Viva Rio.