Witzel diz que liberação de recursos para municípios do interior não é eleitoreira
Em coletiva no Palácio Guanabara, governador afirmou que PSC terá candidatura própria na maioria das cidades do estado do Rio
Depois de ter feito, durante este ano, agenda em diversas cidades do interior do estado do Rio, inclusive na Região dos Lagos, o governador Wilson Witzel (PSC) afirmou nesta quarta-feira (18) que a viabilização de recursos para os municípios nada tem a ver com a solidificação de apoios para 2020. Em coletiva de imprensa no Palácio Guanabara, Witzel revelou, no entanto, que o PSC pretende ter candidatura própria na maioria das cidades, assim como na capital.
– Estamos distribuindo recursos para atender reformas. Não há nenhuma relação com eleição. O hospital de Guarus, em Campos, por exemplo, está em situação de penúria. Em Itaperuna, teremos candidato próprio, mas também já avisamos que a divisão de recursos não segue esse critério. Estamos ajudando todos os municípios com racionalidade na distribuição de verbas – disse, em resposta a pergunta feita pela Folha.
Witzel também falou sobre investimentos em agricultura e turismo.
– O Rio nunca teve investimentos sérios em agricultura. Em 30 anos, há a expectativa de que haja o declínio das operações do pré-sal. O Rio precisa estar preparado. Para o ano que vem, tivemos a previsão de R$ 40 milhões na promoção do Rio. Remanejamos os recursos e chegamos aos R$ 100 milhões. O turismo interno é muito forte. E queremos trazer mais turistas para o Rio. Acreditamos que o turismo e a agricultura podem alavancar o PIB do estado.
O rompimento político com o presidente Jair Bolsonaro também foi motivo de questionamentos. Witzel, porém, disse ter caminho aberto com o ministro da economia, Paulo Guedes.
– O 'Posto Ipiranga' está me atendendo. O Paulo Guedes não deixou de me receber, de receber nossos técnicos - afirmou, complementando. - O presidente tem comportamento difícil. Não é de agora. Na cerimônia de posse, sequer consegui apertar a mão dele. Devem ter alguns governadores que vão lá e conseguem tirar uma selfie – ironizou.
Intenção de reduzir ICMS da energia elétrica e dos combustíveis em 2020
A situação financeira do estado do Rio foi um dos pontos mais comentados pelo governador durante a reunião que teve com os jornalistas. O governador comentou que, ao contrário deste ano, as perspectivas econômicas para o estado são melhores para 2020. Witzel afirmou que pretende reduzir a alíquota do ICMS para a energia elétrica e os combustíveis, mas que para isso vai fechar o cerco contra os sonegadores de impostos.
– Conseguimos pagar todos os fornecedores e também o salário dos servidores em dia, além do 13º. No ano que vem, a perspectiva é muito diferente desse ano. A perspectiva é pagar todos os salários e iniciar uma revisão das alíquotas da energia elétrica e do combustível. O Rio tem as alíquotas mais elevadas do Brasil. Isso só vai ser possível com o alargamento da base de pagamento do ICMS. Há uma grande parcela de sonegadores, o que corresponde a um prejuízo entre R$ 1,5 bilhão a R$ 3 bilhões – comentou o governador, anunciando que o modelo eletrônico de pagamento está em estudo pela Secretaria de Fazenda e deve ser implantado no primeiro semestre do ano que vem.
Witzel disse ainda que pretende aumentar em dez anos o prazo de pagamento da dívida pública do estado, dentro do regime de recuperação fiscal. Sobre a questão da resdistribuição dos royalties, o governador afirmou que discute o tema com o Congresso Nacional para que se encontre um modelo que não prejudique o Rio.
– Temos que buscar uma solução para os royalties para evitar que o Rio seja mais penalizado. Não é justo penalizar o Rio de Janeiro. Já discuti o assunto com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) para que a gente consiga mudar esses paradigmas – comentou.