Cabo Frio

Cabo Frio já teve 51 tiroteios em 2019

Dados de aplicativo apontam que cidade foi palco de mais confrontos armados que todo o ano passado

28 AGO 2019 • POR Rodrigo Branco • 19h49

A impressão dos cabofrienses que moram em favelas e comunidades carentes de estar constantemente na linha de tiro pode ser comprovada por meio da tecnologia. De acordo com dados do aplicativo para celular ‘Onde Tem Tiroteio - OTT’, aos quais a Folha teve acesso com exclusividade, até ontem foram registrados 51 confrontos armados na cidade. Isso significa uma troca de tiros a cada cinco dias, aproximadamente.


Para se ter uma ideia de como houve o acirramento  da violência, mais perceptível nos dois últimos meses, em todo o ano passado, moradores das áreas conflagradas fizeram 40 registros junto ao aplicativo. De acordo com a contabilidade do OTT, as 51 ocorrências estão divididas em três categorias: tiroteios (43); disparos ouvidos (5) e operações policiais (3). Os dados não indicam se os tiroteios são entre policiais e criminosos ou entre bandidos de facções rivais. 


De todo modo, as estatísticas feitas pela equipe do aplicativo mostram que o número de tiroteios está em ascensão. Em maio, deste ano, por exemplo, os usuários da plataforma digital indicaram cinco ocorrências de confronto armado em todo o município. No mês seguinte, foram 13, e em julho, 12. Agosto já registra 12 casos.


No ranking das áreas onde há maior risco de fogo cruzado, segundo o aplicativo OTT, figuram os bairros do Manoel Corrêa, com 15 ocorrências; seguido da Boca do Mato, com nove e do Porto do Carro, com quatro.


Além de aterrorizar os moradores das comunidades em conflito, os tiroteios atrapalham a rotina da população, já que normalmente os serviços públicos são suspensos e linhas de ônibus deixam de circular.


– Nunca vi tanto confronto assim. Estão cada vez mais próximos da escola os ‘combates’ – disse em anonimato uma professora que trabalha no Manoel Corrêa. 


A direção do aplicativo esclarece que os casos relatados por usuários são checados junto a grupos de moradores de confiança e apenas depois são publicados no aplicativo.


Em nota, a Assessoria de Imprensa da Polícia Militar esclarece que não comenta dados não oficiais de aplicativos.