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​Semestre teve mais de 400 casos de doenças causadas pelo Aedes aegypti em Cabo Frio

Somente até junho, registros de dengue e chikungunya são 1000 % maiores que todo o ano passado

5 JUL 2019 • POR • 09h04

RODRIGO BRANCO

Os casos de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti em Cabo Frio deram um grande salto neste ano. A afirmação é justificada pelos números de casos suspeitos e confirmados de dengue e chikungunya no município no primeiro semestre deste ano. De acordo com dados da Secretaria de Saúde, de janeiro a junho, foram confirmados 411 casos, sendo 328 de chikungunya e 83 de dengue. Não houve registro ou sequer suspeita de zika. 
Em todo o ano passado, foram apenas 37 confirmações, sendo 11 de dengue e 26 de chikungunya. Isso significa que nos seis primeiros meses deste ano, houve um número de casos confirmados 1.010% maior do que todo o ano de 2018. Com relação às suspeitas foram registradas 2.868 no primeiro semestre, sendo 1.607 de dengue e 1.261 de chikungunya.

De acordo com a coordenadora de Vigilância em Saúde de Cabo Frio, Lucy Pires, as condições climáticas este ano jogaram os números para cima.
– Desde 2017, vinha sendo esperado no estado um surto ou epidemia da dengue tipo 2, que não circulava desde 2008, e de chikungunya, por existir muitas pessoas suscetíveis, isto é, sem defesa contra esses dois vírus. A não ocorrência destes eventos em 2017 e 2018 aconteceu pela baixa incidência de chuvas nos meses de verão, quando aumenta a proliferação dos [mosquitos] Aedes aegypti – explica.

Contudo, ao ser questionada se o atual quadro se configura como epidemia, a coordenadora nega. 

– Não se pode classificar como surto ou epidemia, até o momento, pelo número de casos confirmados. Mas, sem dúvida, a chuva e o calor influenciam na maior reprodução do mosquitos, o grande aporte de pessoas de outros municípios e estados no Carnaval e Semana Santa, onde já havia grande número de casos confirmados, a resistência dos mosquitos aos inseticidas usados e a resistência das pessoas em cuidar das próprias casas, além de jogar lixo nas ruas e terrenos baldios – conclui a especialista. 

Em maio, a prefeitura anunciou a aquisição de carro fumacê para fazer o combate nas áreas consideradas de maior incidência no município. Bairros como Guarani, Praia do Siqueira, São Cristóvão, Palmeiras, Vila do Sol, Recanto das Dunas, Parque Burle, Braga e Caiçara, além do chamado segundo distrito já foram alvos da ação.

Agentes do Combate aos Vetores também são enviados por todo o município para verificar e neutralizar os possíveis focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti.