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Noise Fest chega a 10ª edição em Cabo Frio

Evento acontece no mês que vem no Ginásio Poliesportivo Alfredo Barreto

27 JUN 2019 • POR • 09h46

RODRIGO CABRAL

Tudo começou no dia 17 de novembro de 2005, quando quinze bandas da região subiram ao palco do Teatro Municipal de Cabo Frio. Foi a primeira edição do Noise Fest. E o ‘barulho’ não parou por ali: o evento – que caiu no gosto dos roqueiros por trazer nomes consagrados do gênero, abrindo espaço também para os artistas locais – chega à décima edição no dia 21 do mês que vem. Será no Ginásio Poliesportivo Alfredo Barreto, a partir das 15h, com shows de Gangrena Gasosa, Garotos Podres, Solstício, Primícia, Helgrid e Immortal Sin.

– O Noise é realizado com intervalos, por conta de perseguições no segundo governo de Marquinho, de 2009 a 2012. Estamos na décima edição, quando deveríamos estar na décima quarta. É uma edição comemorativa e, por isso, chamamos bandas locais  que não estão mais em atividade [Solstício, Primícia, Helgrid e Immortal Sin]. Elas vão tocar apenas no festival – conta o professor José Francisco de Moura, o Chicão, idealizador e organizador do festival, que aguarda público de 400 pessoas.

Chicão também avalia que será uma oportunidade ímpar para os fãs de Gangrena Gasosa e Garotos Podres. Tratam-se de duas bandas de peso do rock underground. Formado em 1990, Gangrena Gasosa acrescenta elementos da cultura afro-brasileira à música, misturando metal, hardcore e pontos de Candomblé. Já Garotos Podres é um dos ícones do punk rock nacional – sua primeira apresentação, em 1983, foi num evento em apoio ao Fundo de Greve dos Metalúrgicos do ABC. 

– Garotos Podres e Gangrena Gasosa nunca vieram à cidade. E acredito que não voltarão tão cedo.

‘As bandas estão aí’

Da primeira à décima edição, Chicão diz que não observa mudanças drásticas na cena de rock. Para ele, na verdade, o gênero perdeu espaço na mídia.
– As bandas estão aí. Mas o rock perdeu espaço na mídia. O rap tomou muito espaço entre os jovens. Mas o rock já passou por crises piores. São crises cíclicas. Depois o rock reemerge, com novas bandas. A diferença é externa ao rock, não interna. Parte da divulgação, de programas, espaços, revistas... – opina.

Entretanto, em Cabo Frio, o produtor do Noise Fest alerta para um grande empecilho: a falta de espaços para shows. O teatro de portas fechadas, avalia, é uma perda “muito séria”.

– Temos pouquíssimos espaços. O Closet Pub [no Boulevard Canal] é praticamente o único que temos para eventos menores, do dia a dia, para 100, 150 pessoas. A perda do Teatro Municipal foi muito ruim para a cultura roqueira. As bandas tinham a oportunidade de tocar nos eventos do teatro. Não temos mais um espaço para shows. E não só rock. Se eu quiser fazer um bom show de MPB, onde vou botar? Vou ter que alugar toda a estrutura, alugar clube...  Isso encarece muito o evento – explica Chicão.

Ingressos – A entrada antecipada custa R$ 20, mais um quilo de alimento não-perecível (as doações serão feitas para a Apae). Confira os pontos de venda:  Cabo Frio - Loja Ponto Musical (Avenida Teixeira e Sousa 1740, Centro) e Shopping Park Lagos - Quiosque Papaletras; Búzios - Pub Meu Lugar, em frente do INEFI da Rasa (sexta a domingo); São Pedro da Aldeia – Ótica Diniz - Rua Aluízio Martins 19, Centro; Araruama – Hobby Informática - Rua Major Félix Moreira 17, Centro; Arraial do Cabo – Peixaria da Sardinha - Rua Santa Cruz 17, Loja 3, Praia dos Anjos; Macaé – Loja Virgens e Vilões, Av. Rui Barbosa 741, Centro.