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CPI da Alerj confirma audiência pública para próxima segunda

Pedido de prorrogação dos trabalhos por 90 dias foi protocolado na Mesa Diretora 

12 JUN 2019 • POR • 09h18

A presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa (Alerj) que apura a morte de bebês no Hospital da Mulher, deputada Renata Souza (PSOL) confirmou ontem que será realizada uma audiência pública na próxima segunda-feira, dia 17, às 18 horas, no plenário da Câmara Municipal de Cabo Frio. A presidente anunciou ainda que foi protocolado na secretaria da Mesa Diretora o pedido de prorrogação dos trabalhos da comissão por 90 dias. O pedido terá que ser votado no plenário.

Na opinião de Renata Souza, a realização da audiência na cidade onde fica o hospital é uma forma de conhecer o ponto de vista das pessoas que precisam usar o equipamento da rede pública de Saúde.

 – A gente quer abrir para a população do município esse debate. É importante sair da Casa e fazer esse trabalho ‘in loco’, ouvir quem utiliza desse equipamento público e quais dificuldades eles enfrentam na ponta – observa.

Na sessão de ontem, a oitava realizada de comissão, foi ouvido novamente o médico Paul Herbert Dreyer Neto, que foi diretor do hospital até o começo de abril, quando pediu exoneração, juntamente com a mulher, a ex-diretora administrativa Lívia Natividade. Ouvido na condição de obstetra, Paul foi questionado por qual razão cumpria plantões no lugar da equipe escalada no fim do ano passado e argumentou que os médicos que trabalhavam as terças-feiras haviam pedido demissão, desfalcando o plantão daqueles dias.

Paul não soube dizer quais os motivos para as saídas, tampouco classificou a situação como demissão coletiva. O ex-diretor apenas especulou que as saídas foram por motivos pessoais. 

– Em dezembro de 2018, a equipe de terça-feira teve que se retirar e, para não deixar o hospital sem atendimento, assumi o plantão para continuar o serviço. Três médicos pediram. [Se foi] Demissão coletiva, não sei se qualifico assim, porém pela coincidência se ser período de Natal e Ano Novo, talvez tenham pedido para sair nesse momento – disse.

Assim como havia feito no primeiro depoimento, Paul Herbert negou que tenha havido violência obstétrica no hospital. O profissional disse que os médicos são instruídos a seguir o protocolo, que prevê a realização de exames para verificar as condições para a realização de um parto normal, considerado mais seguro para as gestantes.  

– Só optamos por uma cesárea quando não temos mais escolha, como determina o protocolo. O documento era impresso e tinha a assinatura de todos os médicos, ou seja, todos tinham ciência das normas. Isso era importante para que todos os plantonistas falassem a mesma linguagem, os medicamentos fossem normatizados e a condução médica fosse a mesma. Isso nos protegia inclusive judicialmente – explicou o ex-diretor.

Para a deputada, o depoimento ajuda a esclarecer como eram realizados os atendimentos e como eram tomadas as decisões médicas no hospital.