Política

Alerj instala CPI do Hospital da Mulher

Deputados da região, Mauro Bernardo e Serginho Azevedo vão participar das investigações

22 MAR 2019 • POR • 09h43

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) instalou ontem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias de irregularidades no Hospital da Mulher, que resultaram em pelo menos dez mortes de nascituros na unidade desde o começo do ano. O hospital já passa por um investigação parlamentar, mas no âmbito municipal, por parte da Câmara.

Como já havia sido noticiado pela Folha anteriormente, a iniciativa para a abertura da CPI é da deputada estadual Renata Souza (PSOL), que vai presidir os trabalhos. Os demais cargos de maior importância da CPI também vão ficar nas mãos de mulheres: Martha Rocha (PDT) na vice-presidência e Enfermeira Rejane (PC do B),vai ficar com a relatoria.

Deputados da região, Subtenente Mauro Bernardo (Pros) e Serginho Azevedo (PSL) vão participar das investigações. Na semana passada, Serginho denunciou na tribuna o caso de uma menina de 12 anos que morreu de meningite no Rio, após ter procurado três vezes na ala de atendimento pediátrico do hospital. Max Lemos (MDB) e Renan Ferreirinha (PSB) completam a lista de integrantes titulares da CPI. Flávio Serafini e Dani Monteiro, ambos do PSOL, serão os suplentes.

Durante o seu discurso na tribuna, na sessão de ontem, Renata Souza informou que a partir da próxima terça-feira vai começar a ouvir as mães dos bebês mortos. A deputada do PSOL ressaltou que é ‘urgente’ investigar as condições e o funcionamento do hospital.

– A gente vai ter a CPI para entender qual situação dessa mulher que foi colocada diante de uma violência obstétrica. A violência obstétrica, é bom que se diga, acontece antes, durante e depois do parto. E o Estado, quando não é ele mesmo que provoca a ação para violar essa mulher, também é negligente quando há a morte desse bebês e a gente precisa, como ente fiscalizador, responsabilizar essas pessoas para terem mais responsabilidade feito no trabalho no serviço de Saúde para as mulheres de Cabo Frio – comentou.

A princípio, os integrantes da CPI realizarão as reuniões às segundas-feiras, às 10h, no Palácio Tiradentes. A comissão tem um prazo de 90 dias prorrogáveis por outros 60 para apresentar o relatório final dos trabalhos.

Na edição desta quinta-feira da Folha dos Lagos, foi noticiado que a CPI da Câmara de Cabo Frio avança nas investigações, a partir da análise dos documentos entregues pela direção do hospital aos vereadores. A Comissão de Direitos Humanos da Casa entregou um relatório em que pede, entre outras coisas, o afastamento imediato dos diretores da unidade fato que, segundo informações de bastidores, ganha corpo entre outros vereadores.

Enquanto medidas não são tomadas, o relator da CPI municipal, Vinícius Corrêa (PP) diz ver com bons olhos a troca de informações com os colegas da esfera estadual.

– O presidente (Ricardo Martins, SD) já se colocou inteiramente aberto para haver essa interação. Não há problema nenhum quanto a isso. Estamos um pouquinho avançados em relação à CPI do Estado, mas a gente espera que haja essa cooperação – concluiu Vinícius Corrêa.