Cultura

Conselho de Patrimônio de Cabo Frio se reúne nesta quinta em meio à polêmica dos galpões de sal

Demolição de galpões volta à pauta e grupo contrário organiza protesto

31 JAN 2019 • POR • 10h47

O Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Cabo Frio reúne-se hoje, de forma extraordinária, para debater uma possível demolição dos antigos galpões de armazenamento de sal na Passagem. A questão gera polêmica entre defensores do patrimônio histórico, que se mobilizam para fazer um protesto na hora da reunião, que acontece às 19h, no Charitas. O grupo teme que a área do galpão seja usada para especulação imobiliária. 

Apesar do burburinho, a expectativa é que hoje ainda não aconteça a votação e a reunião seja apenas para debater o assunto. Com a posse de Adriano Moreno (Rede) na prefeitura, em julho do ano passado, parte do Conselho, que representa o governo municipal, foi substituída e ainda não está totalmente inteirada do processo. Documentos que faltavam para melhor avaliação da relevância histórica do imóvel também estão sendo anexados.

Uma explanação ainda será feita pelo novo responsável técnico pela demolição, uma vez que o antigo, Felipe Araújo, atualmente coordenador-geral de Planejamento, declarou-se impedido e afastou-se do processo e do Conselho. 

Questionado, o arquiteto e especialista em patrimônio Ivo Barreto evitou aumentar a controvérsia e disse apenas que tem interesse em um debate mais abrangente sobre o patrimônio.

– Eu espero que o conselho aborde o tema sem desmerecer a simplicidade da obra, pois é justamente ela a característica que faz entender o que foi o porto – limitou-se a dizer.

Por sua vez, a Coordenadoria Geral de Planejamento da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade disse que apenas “aguarda a decisão do Conselho de Patrimônio, a qual será acatada”.

O Conselho de Patrimônio é formado por 11 integrantes, parte deles membros do poder público e a outra parte, da sociedade civil. 

Imupac na berlinda

Outra questão que tem mobilizado discussões é a respeito da indicação para a direção do Instituto Municipal do Patrimônio Cultural (Imupac), atualmente ocupada pela arquiteta Carol Machado, por indicação do prefeito Adriano Moreno (Rede). O problema é que conselheiros elegeram recentemente o também arquiteto Sérgio Nogueira para a função. Carol alega que não há qualquer irregularidade.

– Pela legislação, é uma atribuição única e exclusivamente do prefeito. O conselho puxou para ele, erroneamente, uma atribuição que não lhe cabia e gerou toda essa confusão. Eu não tenho nada a ver com isso. Sou diretora do Imupac e exerço minhas atribuições dentro da legalidade acreditando numa gestão democrática e participativa – declarou a arquiteta.

Por sua vez, Sérgio Nogueira evitou conflito, mas disse que está correndo atrás.

– Houve um questionamento do Conselho sobre isso. Decidimos em uma reunião que a presidente do Conselho, Márcia Cabral, e a secretária de Cultura, Meri Damaceno, iam solicitar uma audiência com o prefeito para tratar dessa questão. Eu vou aguardar – disse Nogueira.