O delegado responsável pela operação para coibir crimes eleitorais em Cabo Frio, Javé Macedo Soares, descartou que o dinheiro apreendido pela Polícia Civil neste sábado (23) tenha sido para comprar de votos na eleição suplementar da cidade. O delegado Marcello Maia, titular da 126ª DP (Cabo Frio) disse em primeira mão para a Folha que foi apreendida uma caixa com cerca de R$ 5 mil e recibos com nomes de pessoas, que seriam pagas por trabalhar na campanha do prefeito Marquinho Mendes (MDB). O delegado Javé Macedo confirmou a versão de Marcello Maia e disse que o caso será arquivado.
– Esse caso foi um engano. Tratam-se de pessoas que estavam trabalhando e seriam pagas pelo serviço prestado. Não há indício de compra de votos. Ninguém compra voto e dá recibo. A Polícia Civil abriu a ocorrência e vai mandar para a Polícia Federal de Macaé, mas não vai ser gerado inquérito – explica o delegado federal.
O caso causou grande polêmica na véspera da eleição suplementar de Cabo Frio. Nas redes sociais, chegou a ser compartilhada a informação de que duas grandes malas de dinheiro foram apreendidas, mas o delegado da Polícia Civil Marcello Maia desmentiu a versão e disse que os responsáveis por propagar a falsa denúncia podem responder criminalmente.
Delegado diz que presença da PF intimida crimes eleitorais
O delegado Javé Soares fez um balanço parcial da operação da Polícia Federal na tarde deste domingo (24). Segundo ele, “mais tranquilo impossível”, uma vez que até o fechamento desta matéria não houve registro de detenções por crimes eleitorais.
– Não houve nenhum flagrante de distribuição de cestas básicas, de compra de votos ou de boca de urna. Atribuo isso à presença da Polícia Federal na cidade, que intimida quem comete esse tipo de crime. Não é porque ficaram honestos de uma hora para outra – avalia o delegado.
A operação da PF na eleição suplementar de Cabo Frio conta com 12 agentes e quatro viaturas, sendo uma no segundo distrito, que fazem a ronda ostensiva em toda a cidade. Os agentes federais atuam em conjunto com a Polícia Militar, a Promotoria Eleitoral e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ).