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CULTURA E ANCESTRALIDADE

Oficina de cerâmica empodera mulheres quilombolas da Baía Formosa

Primeira fase do projeto Somos Divas na Luz do Candeeiro encerra com roda de ciranda e exposição de peças na Casa Scliar

21 dezembro 2020 - 17h51Por Redação

As trocas de conhecimento vividas nos últimos meses durante as oficinas de cerâmica do Somos Divas na Luz do Candeeiro não irão ficar na Casa Scliar, em Cabo Frio. Após aprenderem a transformar argila em bonecas, pratos, panelas, travessas entre outros objetos, as seis alunas que participaram da primeira edição do projeto realizado pelo Instituto Cultural Carlos Scliar e Prolagos querem, agora, compartilhar todo o aprendizado no quilombo de Baía Formosa, em Armação dos Búzios.

Nos últimos três meses, as divas Cássia da Conceição, Elisa Fernandes, Elizeth Antunes, Esila Pereira, Elizabeth Fernandes e Valquíria da Conceição se reuniram nos jardins da Casa Museu, no bairro São Bento, onde aprenderam a modelar a argila, pintar, queimar e aplicar ilustrações, transformando barro em peças decorativas e utensílios domésticos. “Agora queremos levar esse aprendizado para o quilombo e ensinar a todos que queiram aprender. No começo não tínhamos noção de como seria, mas com o tempo nos encantamos com essa arte e agora vamos continuar a produção para expor e vender no quilombo e no site. A ideia é que seja mais uma fonte de renda”, comentou a artesã Esila Pereira de Andrade.

O projeto Somos Divas na Luz do Candeeiro foi idealizado pela arquiteta Cristina Ventura, Coordenadora da Casa Scliar, com o objetivo de estimular o empoderamento feminino, especialmente de mulheres negras, por meio da geração de renda. “Estávamos ensinando para elas virarem ceramistas e produzirem as peças, mas assim que entenderam o que estavam fazendo, a expectativa delas passou a ser a de ensinar, de multiplicar. Isso foi totalmente inusitado e engrandecedor para a equipe do instituto. Agora queremos partir para uma próxima etapa que é poder instrumentalizar o espaço de cada uma, criando condições para fazer o trabalho e ensinar”, acrescenta Cristina.

Com a Casa Museu fechada para visitações, o espaço foi adaptado para receber as participantes de maneira segura: todos os encontros foram realizados cumprindo as regras de convivência para evitar a propagação do novo coronavírus, com distanciamento, uso de máscaras e álcool em gel.

Durante o encerramento das atividades, as peças produzidas durante as aulas ocuparam o salão principal da Casa Scliar, dividindo espaço com a obra do patrono da casa. Durante a pequena comemoração, as seis divas fizeram uma roda de ciranda, cantando as tradicionais músicas do quilombo, que também animaram as tardes de quinta, durante as aulas.  

O projeto “Somos Divas na Luz do Candeeiro” faz parte das comemorações do centenário de nascimento do pintor Carlos Scliar, patrono da Casa Museu, que representou a luminária rudimentar em diversas peças. A ação afirmativa visa dar projeção à história e cultura quilombola e está alinhada ao programa de diversidade e igualdade racial Respeito Dá o Tom, desenvolvido pela Prolagos e todas as empresas do grupo Aegea. “Entendemos que nosso trabalho vai além do saneamento, estamos em busca da melhoria contínua da qualidade de vida das pessoas nos municípios onde atuamos. Por isso, nossas ações visam aumentar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), baseadas no tripé educação, saúde e geração de renda, como o Somos Divas”, conclui Francine Melo, Coordenadora de Responsabilidade Social da Prolagos.