sexta, 19 de abril de 2024
sexta, 19 de abril de 2024
Cabo Frio
24°C
Park Lagos Super banner
Park Lagos beer fest
"POEMAS SORTIDOS"

Silvana Lima lança livro com poemas para fazer voar a imaginação

Voltada ao público infanto-juvenil, obra cativa por explorar o sonho e inventividade, abusando de figuras de linguagens e musicalidade das palavras

10 setembro 2022 - 13h46Por Rodrigo Branco

Se ler um livro é dar asas à imaginação, a literatura da escritora Silvana Lima convida os pequenos leitores a tirarem os pés do chão. Voltado ao público infanto-juvenil, a obra “Poemas Sortidos” lança mão da linguagem onírica, explorando um universo lúdico, sem amarras com a realidade.

Os poemas da autora brincam com as rimas, com as aliterações e com a musicalidade das palavras, arrumadas em versos livres, que falam de coisas inusitadas, situações do dia a dia das crianças, com uma pitada generosa de inventividade.

Nos seus versos, por exemplo, uma lua pode se fazer de barco para passear e, quando volta, à noitinha, encontra outra em seu lugar. Delicada, a poesia da autora – que tem sete netos, entre os de sangue e coração – possui compromisso apenas com a fantasia.

O sortimento aludido no título advém da variedade de temas propostos. Cada poema tem o seu próprio tema: sejam gatos, cabelos, luas e mar. A obra, que será lançada no próximo dia 25, no Teatro Quintal, traz elementos como flores, bolo com glacê, barquinho e galinha indo à feira, em meio a páginas coloridas, escritas com versos cheios de graça.

Habituada a escrever para crianças e jovens desde a década de 1990, Silvana domina a arte de dialogar com esse público, mas sua carpintaria literária também cativa os adultos, que se identificam com sua linguagem, cheia de humor e provocações para repensar o mundo estabelecido.

Com habilidade e engenho, a autora frequentemente subverte a lógica em sua poesia, para estabelecer uma dinâmica de surpresa, sempre resultando em um final inusitado, cheio de inventividade e surrealismo, afinal se parte do princípio de que tudo é normal e poderia acontecer.

Com ilustrações da própria autora, o livro abusa das cores e da criatividade para que os pequenos mergulhem fundo no delírio e no faz-de-conta. Silvana utilizou a técnica de recorte e colagem das formas, o que proporcionou textura especial às figuras. Com isso, o trabalho com o papel vira brincadeira e e ganha múltiplas e sortidas formas e significados.

Um círculo vira uma cabeça, sob a qual vão sendo colocados os movimentos desejados por Silvana. Em seguida, braços e pernas transformam em imagem a linguagem fantasiosa proposta pela autora.

No geral, um trabalho lapidado por memórias afetivas, com a qual o leitor de todas as idades estabelece uma identificação próxima, pois nada é melhor do que tirar os pés do chão e voar, de vez em quando.