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Seminário 'Pensando Cabo Frio', da Sophia Editora, é sucesso de público e audiência

Evento que reuniu estudiosos e interessados pela história da cidade, no Charitas, teve bastante repercussão nas redes sociais e deve ter novas edições

12 março 2022 - 11h57Por Rodrigo Branco

A julgar pela receptividade de professores, pesquisadores e público em geral, o Seminário ‘Pensando Cabo Frio’, que teve a primeira edição promovida pela Sophia Editora em parceria com a Coordenadoria de Formação Continuada da Secretaria Municipal de Educação, chegou para ficar. O evento realizado no Charitas na noite da última quinta-feira (10) reuniu um público interessado em conhecer fatos sobre o município, que muitas vezes não são registrados pela historiografia oficial.

Ao longo das quase três horas de seminário, houve uma grande participação, não apenas da plateia que ocupava os assentos no espaço cultural, mas também pela internet, onde o evento foi transmitido pelas páginas da Folha dos Lagos no Facebook e no YouTube. Em termos de audiência, houve uma média de 170 pessoas acompanhando as palestras pelo Youtube e 70 pelo Facebook. Neste último, foram registrados 137 comentários.

“Estou encantada em conhecer e aprender mais um pouco sobre a história de Cabo Frio”, escreveu Sandra Helena de Souza Pompeu, pelo Facebook.

“Muito bom. Quase não saio de casa, mas valeu a pena ir ao Charitas. E que venham outras”, comentou o professor e blogueiro Luiz Antônio Nogueira, conhecido na cidade como Totonho.

“Parabéns! Maravilhoso ouvir sobre Cabo Frio”, emendou a internauta Lici Chica. 

A repercussão animou o coordenador editorial da Sophia, Rodrigo Cabral, que já planeja novas e ampliadas edições do projeto que, desta vez, foi contemplado pela Lei Aldir Blanc, por meio do Prêmio Evandro Terra, da Prefeitura de Cabo Frio. Rodrigo celebra o momento da editora, que chega à marca de 30 obras publicadas, de diversos gêneros, mas sempre com o pé fincado no compromisso em recontar a história de Cabo Frio sob novas perspectivas e olhares.

– Mesmo a gente dando esses passos, temos que ter a consciência de onde nós estamos e de onde nós viemos. Nós estamos em Cabo Frio. Apesar de nós estendermos o nosso leque de publicações para os mais variados segmentos, fazemos questão de promover um debate sobre a história, sobre a identidade, sobre a memória da nossa cidade, porque é conhecendo quem a gente é, que a gente consegue fazer as transformações que tanto desejamos – comentou.

Primeiro a falar, na palestra 'As múltiplas faces do patrimônio da Região dos Lagos', o arquiteto Ivo Barreto destacou a importância do evento para a formações dos professores e o trabalho da editora em explorar caminhos historiográficos desconhecidos de muita gente. 

– Acho que juntar essas duas coisas e explorar caminhos que precisam de voz, dar voz às figuras que levaram caminhos alternativos dentro da História e da construção da memória só fortalece o nosso processo de democratização dessas duas coisas: da presença das pessoas na História e da possibilidade do direito das pessoas de terem memória – pondera.

Responsável pelo painel 'O protagonismo dos indígenas aldeados de Sâo Pedro de Cabo Frio', o professor Luiz Guilherme Scaldaferri também elogiou a iniciativa e colocou à disposição para conversar, expor e divulgar a rica história de Cabo Frio. 

– Foi muito legal expor as nossas pesquisas para o público em geral. É sempre muito bom também dialogar com colegas que pesquisam a história e o patrimônio de Cabo Frio. Acho que esses eventos têm que acontecer com mais frequência na cidade. E a participação da plateia que estava presente no Charitas foi sensacional. As palestras suscitaram questões interessantes. A participação virtual também foi bem bacana e trouxe reflexões bem interessantes para os três convidados da mesa – observou.

Para lembrar das lutas ancestrais pelo reconhecimento e direito de existência na sociedade, a professora e doutora Gessiane Nazário pediu licença estender sobre a mesa a bandeira do movimento quilombola. 

Em sua palestra 'Memória, silêncio e história quilombola em Cabo Frio', Gessiane trouxe à luz informações sobre a resistência do povo negro que são frequentemente apagadas das páginas dos livros, mas resgatadas pelo trabalho da Sophia, que vai publicar o próximo livro da professora.

– O evento evidencia a importância de uma editora da Região dos Lagos que vem publicando estudos sobre a história da região, reunindo autores em torno do tema que é de extrema relevância para dar visibilidade às histórias ocultadas pela história oficial, que é uma história narrada a partir da memória dos grupos excluídos e invisibilizados. Essas obras podem se constituir em material para a formação dos professores e professoras das mais diversas áreas, inclusive para as secretarias de Educação pensarem em políticas públicas para a construção de uma Educação voltada para uma sociedade mais justa e plural – destaca.

A primeira edição do seminário ‘Pensando Cabo Frio’ ofereceu certificado de participação e pode ser assistido abaixo: