Berço de alguns dos escritores mais brilhantes da literatura portuguesa, como José Saramago e Eça de Queirós, Portugal passou por certa seca de novos e promissores autores no início do novo milênio. Felizmente, este sombrio cenário não persistiu por muito tempo, e um dos responsáveis por esta guinada é do jornalista Miguel Sousa Tavares, que despontou como escritor, no já longínquo 2003, com o seu primeiro romance: Equador.
A história narra os eventos da vida do lisboeta Luís Bernardo, um homem culto, com grandes ideias, mas que até então não havia encontrado a oportunidade exercê-las. Isto, no entanto, muda quando Bernardo recebe um chamado do Rei D. Carlos I, que o convida a assumir o posto de Governador das ilhas de São Tomé e Príncipe. A sua missão seria atuar no seio das complicadas relações entre os senhores e os seus empregados, que estavam sob o olhar atento dos ingleses, já que as condições de trabalho dos mesmos encontravam-se próximas à de escravidão, e o mundo do início do século XX não mais fazia vista grossa a estea situação.
Imerso neste cenário, Miguel Sousa Tavares utiliza o seu já conhecido talento como jornalista para tecer críticas e relatar com grande habilidade fatos históricos, que transpuseram o leitor para a época. Ao mesmo tempo, descobre-se também o talento como romancista do autor, pois o desenrolar da história de Bernardo prende o leitor do início ao fim. Seja por conta dos confrontos entre os poderes, seja pela apimentada relação amorosa do português com Ann, esposa de David, o inspector enviado pelos ingleses e responsável por ditar o sucesso ou falhanço da missão de Luís Bernardo.
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