sábado, 20 de abril de 2024
sábado, 20 de abril de 2024
Cabo Frio
21°C
Park Lagos Super banner
Park Lagos beer fest
AVENTURA DE ESPERANÇA E SOLIDARIEDADE

Livro infanto-juvenil ambientado em Cabo Frio será lançado no Museu do Surf, neste domingo (28)

Escritor e roteirista Jorge Queiroz falou com a Folha sobre sua mais recente obra 'A Menina da Garrafa'

27 novembro 2021 - 12h14Por Rodrigo Branco

Até onde pode nos levar a vontade de salvar uma vida? Para quem tem coragem e empatia, o mundo pode ser pequeno. A partir da conhecida história da mensagem de socorro jogada ao mar que se desenrola a aventura infanto-juvenil ‘A Menina da Garrafa’, de Jorge Queiroz, com ilustrações de Alberto Duarte (ALQ Editora, 224 págs.). O livro será lançado neste domingo (28), às 15h, no Museu do Surf, que fica na Praça da Cidadania, em Cabo Frio.

 O local de lançamento da obra não é por acaso. A ideia surgiu perto dali, durante uma caminhada com a esposa, na Praia do Forte. Apaixonado pela cidade, Queiroz começa a saga do jovem Ricardo, de 13 anos, a partir da descoberta da garrafa mencionada no título, encontrada em meio ao lixo que chega na Praia do Forte após um dia de ressaca. Intrigado com o chamativo objeto, o menino, estudante da Escola Municipal Edilson Duarte, encontra um bilhete escrito em árabe com uma palavra em inglês que lhe é familiar: ‘HELP’ [“me ajude”, em tradução livre].

Com ajuda do avô, o professor Samir, e dos amigos, em especial da influenciadora digital Inezitta, que põe a mensagem na internet, o apelo por socorro ganha o mundo, conectando jovens de todo o planeta na tentativa de traduzir o que está escrito na missiva, já deteriorada pelos dias em que ficou no mar. Por fim, mas que ainda é só início de uma grande epopeia, Ricardo descobre que a mensagem foi escrita pela jovem Samira, que está em um campo de refugiados na Europa e lançou a garrafa que cruzou milhares de quilômetros pelo Oceano Atlântico até chegar ao litoral cabo-friense. 

A partir daí, segundo o autor, inicia-se uma jornada de resgate da jovem muçulmana, que envolve não apenas aventura, mas também muita dor, esperança e solidariedade, com pitadas de História, Geografia e até Psicologia, uma vez que o adolescente Ricardo se vê às voltas com seus próprios traumas, por ter perdido os pais em um naufrágio no Canal do Itajuru. Com 51 anos de carreira artística como ator, diretor, roteirista e redator em várias emissoras de TV, Queiroz comenta que a obra é para toda família, pois trata de sentimentos universais. Para o autor, também foi uma forma de se aproximar do universo dos netos pequenos.

– Fico arrepiado toda vez que eu revisito a história, porque ela me emociona. Tem muita dor, mas tem muita esperança porque nessa mensagem, ela não só reclama de ter sofrido tudo, mas fala da esperança que ela ainda tem num mundo melhor. Então o livro abre um leque muito grande de aventuras. Eu conto muitas histórias dentro dessa história. Vamos pra ‘Yellow Submarine’, vamos pra Viagem Submarina do Robinson Crusoé. O livro vai por várias facetas – explica o autor, citando as referências pop e literárias da obra. 

Preocupado com a inclusão, Queiroz diz que a editora prepara o lançamento do livro também em audiobook e em Libras, além da versão em e-book. Aliás, o mundo virtual se funde ao real por meio da sua obra literária, que não se encerra nas suas próprias páginas. Queiroz diz que a partir de domingo, também será lançado o blog, as redes sociais e o canal de You Tube reais da ‘influencer’ Inezitta, uma das melhores amigas do protagonista Ricardo. A interação entre a personagem da ficção e os leitores reais será feita regularmente pelo próprio autor e a web designer Glauce Magom. 

Enquanto não lança o primeiro livro, Queiroz já trabalha na sua continuação [‘A Menina fora da Garrafa’]. Certamente, será mais uma ocasião de revisitar sua amada Cabo Frio que conheceu entre 1977 e 1978, durante as filmagens de ‘Os Trapalhões na Guerra dos Planetas’, rodado nas Dunas do Peró, e com a qual estreitou laços entre 2018 e 2020, quando atuou na parte de Comunicação da Prefeitura. 

– É uma conexão muito grande, e me entusiasmou muito fazer isso porque eu adoro Cabo Frio e adoro cabo-friense. Eu vim para cá para trabalhar e isso me deu a oportunidade de conhecer muita gente bacana. Eu me sinto homenageado pela oportunidade de escrever o livro e não o contrário. Essa minha conexão com cabo frio eu extrapolo, porque o livro leva o nome de Cabo Frio ao mundo – conclui ele, que vai doar parte dos royalties a que têm direito pelo livro para a Acnur, agência da ONU destinada aos refugiados.

Serviço: O Museu do Surf fica na Rua Aníbal Amador do Vale, 2-300 - Vila Nova, Cabo Frio.