Em Cabo Frio, 54,3% do público alvo estão iluminados com as duas doses da vacina. Mas cerca de 59 mil pessoas sequer tomaram a primeira. - Crédito: Divulgação

Esta semana marca o aniversário de um ano de vacinação nos municípios da Região dos Lagos, assim como em grande parte do Brasil. E num período em que as cidades lidam com centros de atendimento com grande procura de pacientes com sintomas gripais, a imunização mostra a sua importância fundamental, baseada nos números. Se desde a virada do ano, o número de testes positivos não para de subir, o registro de óbitos manteve-se estável nos primeiros dias de 2022 em comparação com o padrão observado no ano passado.

Em Cabo Frio, por exemplo, somente nos primeiros 15 dias do ano, a Secretaria Municipal de Saúde registrou 478 casos confirmados de Covid-19, com três óbitos. Nenhum deles, segundo a Prefeitura, da variante Ômicron. O número de diagnósticos positivos é mais do que três vezes maior do que o registrado durante todo o mês de dezembro (139). Especificamente em relação à segunda quinzena daquele mês, quando foram computados 46 casos positivos, o número aumentou em mais de dez vezes. Entretanto, os óbitos mantiveram-se no mesmo patamar. Foram duas no último mês do ano passado, ambas na primeira quinzena. 

A Prefeitura divulgou nesta quinta-feira, dia 20, um balanço da vacinação no município. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, 54,3% do público-alvo se vacinaram em 365 dias de campanha de vacinação. O número poderia ser maior, pois cerca de 28,3% dos cabo-frienses não retornaram aos postos de saúde para tomar a segunda dose da vacina. Outras 59.834 pessoas, 31,1% do público alvo, não tomaram sequer a primeira dose.

De acordo com a coordenadora de Imunização da Secretaria de Saúde, Patrícia Freitas, o município alcançou o número de 132.559 pessoas vacinadas com a primeira dose, o que representa 68,9% do público alvo. Já com a dose reforço, 17.123 pessoas, 8,9% do público alvo. 

 – Um ano depois, o tempo mostrou que imunizantes derrubaram a curva de infecções, hospitalizações e mortes. Hoje, enfrentamos uma nova onda. A taxa de positividade dos testes realizados na primeira semana de 2022 foi de 25%, mas o impacto está bem menor na gravidade da doença, graças à vacinação – afirmou Patrícia. 

Nos municípios vizinhos, o panorama do avanço da pandemia é semelhante. Em Búzios e São Pedro da Aldeia, por exemplo, não houve registros de mortes por Covid esse ano, apesar do grande número de casos confirmados e da grande procura da população por atendimento, em razão de sintomas gripais. 

Em Araruama, foram registrados 859 novos casos de Covid-19 em apenas dois dias de testagem em massa da população. Entretanto, no município, há apenas uma pessoa internada até o fechamento desta reportagem, em enfermaria. Em relação à vacinação, o município ostenta impresionantes  98,7% da população de 12 anos para cima imunizada com as duas doses.

Em Arraial, onde mais de 80% da população está imunizada com duas doses, não foram registradas mortes, apesar das 85 amostras positivas registradas em apenas 15 dias no município. Desde dezembro, o município ampliou significativamente os índices de testagem rápida para Covid-19 no Hospital Geral. Com o intuito de se evitar a superlotação do hospital, montou-se tenda de atendimento de síndrome gripal anexa à unidade. Além disso, esta semana, houve ampliação dos pontos de testagem rápida, sendo esta estratégia disponibilizada à população nas unidades básicas de saúde espalhadas pelo município. Outra medida adotada foi a busca ativa de assintomáticos realizada pela vigilância em saúde do município. 

Mas apesar de a taxa de mortalidade ser baixa frente ao número de casos, a infectologista Apparecida Monteiro recomenda que não se pode baixar a guarda, principalmente por causa das variantes.

– A gente tem percebido  que as pessoas não vacinadas ou que tomaram só a primeira dose estão tendo sintomas mais severos, internando mais,  morrendo mais. Com a circulação dessa variante ômicron, temos que continuar tomando os mesmos cuidados, usar máscara o tempo inteiro, fazendo a higienização, evitar aglomeração. Quanto maior o numero de testados, maior chance de precocemente isolar essas pessoas e diminuir esse risco de transmissão. A vacina esta fazendo a diferença. Tivemos uma mudança radical antes e pós vacina – afirma.