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Ciência

Covid-19: maior estudo feito até o momento aponta ineficácia da hidroxicloroquina

Pesquisa foi publicada pela "The New England Journal of Medicine", uma das mais conceituadas de pesquisa médica do mund

08 maio 2020 - 22h03Por Redação
Covid-19: maior estudo feito até o momento aponta ineficácia da hidroxicloroquina

Um estudo que vem sendo considerado o maior já feito até agora sobre o uso da hidroxicloroquina em tratamentos da covid-19 apontou que não há evidências de que a droga tenha reduzido o risco de entubação ou morte. A pesquisa foi publicado pela revista britânica "The New England Journal of Medicine",  uma das mais conceituadas revistas de pesquisa médica do mundo.

A suposição de que cloroquina e hidroxicloroquina, com ou sem combinação com azitromicina, teriam ação terapêutica contra a covid-19, aponta a revista, é baseada em relatos de médicos, não tendo comprovação em estudos científicos que atestem os efeitos positivos. O uso das drogas têm sido defendido pelos presidente dos EUA, Donald Trump, e pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Na Região dos Lagos, o deputado estadual Serginho Azevedo disse, após anunciar que testou positivo para o coronavírus, que foi  tratado com as substâncias hidroxicloroquina e azitromicina. 

A pesquisa foi realizada no Presbyterian Hospital, em Nova York, com 1.376 pacientes pacientes com teste positivo para o covid-19 que estavam em quadro moderado a grave, definido pelo nível de saturação de oxigênio no sangue inferior a 94%. Desses, 60% receberam hidroxicloroquina por cinco dias. O chefe do estudo, Neil Schluger, do Departamento de Pneumologia e Alergias de Columbia, afirmou que os pacientes que receberam hidroxicloroquina não apresentaram qualquer vantagem em relação aos pacientes que não tomaram a droga. “Não pensamos que seja razoável dar essa droga aos pacientes. Não há qualquer razão para fazer isso”, disse Schluger.

O oncologista e hematologista Daniel Tabak, membro da comissão de especialistas (ComCiênciaRJCOVID) que assessora do governo do Estado do Rio no combate do coronavírus, explica que o estudo mostrou o que era importante saber, se a hidroxicloroquina compria o objetivo esperado:

– E ela não cumpriu. Não evitou que um paciente fosse intubado nem reduziu a mortalidade – afirmou ao jornal O Globo.